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O Mistério do Ciclo Anual

No rasto de um segredo esquecido, escondido na memória chinesa.

O nosso calendário é o fruto de uma longa busca para encontrar o ponto de partida original do ano, um conhecimento outrora provavelmente universal do qual os chineses parecem ser os últimos guardiões.

O Segredo do 0° Aquário

Porque é que o calendário Olwhyde começa o ano quando o Sol entra em Aquário? A resposta encontra-se no cruzamento de dois mistérios astrológicos, um ocidental, o outro oriental.

O Primeiro Mistério: O Eixo «Inclinado» dos Domicílios Planetários

Na astrologia tradicional, cada planeta “rege” um ou dois signos do zodíaco. É o que chamamos de domicílios. Essa distribuição, herdada desde a noite dos tempos, forma uma estrutura perfeitamente simétrica em torno de um eixo que divide o zodíaco em dois hemisférios.

Este eixo conecta os signos de Câncer e Leão (regidos pelos dois luminares, a Lua e o Sol) aos signos de Capricórnio e Aquário (ambos regidos por Saturno).

Esquema da distribuição simétrica dos domicílios planetários

No entanto, uma questão sempre intrigou os astrólogos: por que este eixo fundamental está “inclinado” em relação à cruz cardinal dos solstícios e equinócios? Esta aparente assimetria, inerente à organização das regências planetárias, nunca encontrou uma explicação satisfatória. Parecia ser uma peculiaridade aceite, mas não compreendida.

Eixo dos domicílios planetários inclinado em relação à cruz cardinal

O Segundo Mistério: A Defasagem da Astrologia Chinesa

Paralelamente ao enigma ocidental, a tradição chinesa oferece-nos outro, igualmente fascinante. O “Ano Novo Chinês” que todos conhecem é um evento móvel, baseado no calendário lunar: ocorre na segunda Lua Nova após o solstício de inverno. No entanto, um ano é, por definição, um ciclo solar, ligado ao percurso da Terra ao redor do Sol. A Lua não pode definir um ano.

No entanto, os chineses também possuem um calendário solar menos conhecido, que serve de base para a sua astrologia e Feng Shui. Historicamente, este calendário solar inicia o ano por volta de 4 ou 5 de fevereiro, o que corresponde à entrada do Sol no 15º grau de Aquário. Este ponto de partida sempre pareceu arbitrário e estranho.

O enigma aprofunda-se quando observamos que os seus meses solares também estão desfasados em 15 graus em relação aos nossos. Surge então uma questão lógica: o que acontece se considerarmos essa defasagem como um erro histórico ou uma manipulação, e “corrigirmos” o sistema, fazendo com que cada mês solar chinês comece a 0° do signo tropical correspondente?

A Revelação: Uma Chave que Abre as Duas Portas

É ao fazer esta simples correção que a luz se manifesta.

Ao anular essa defasagem de 15°, o Ano Novo Solar Chinês, que corresponde ao início do signo de Tigre, reencontra o seu lugar natural: 0° de Aquário.

E, de repente, essa data ecoa o primeiro mistério. 0° de Aquário não é uma data insignificante: é o ponto de partida exato do ciclo dos domicílios planetários. O grande ciclo que estrutura o zodíaco, de Saturno (Aquário/Capricórnio) aos Luminares (Leão/Câncer) e de volta, começa precisamente aí.

O eixo “inclinado” não é, portanto, uma anomalia. É o eixo fundador do verdadeiro ciclo anual astrológico. A correção do enigma chinês deu-nos a chave para o mistério ocidental.

É por isso que o calendário Olwhyde ancora o início do seu ano neste evento. Não é uma escolha arbitrária, mas um retorno a um ponto de partida astronómico e simbólico fundamental, partilhado pelas maiores tradições astrológicas, uma vez que os seus véus são levantados.

O Enigma do Tetramorfo: O Selo dos Antigos

Esta descoberta lança luz sobre outra. Há milénios, uma figura misteriosa atravessa as tradições sagradas: o Tetramorfo (o Touro, o Leão, a Águia/Escorpião e o Homem/Aquário). A sua origem continua em debate.

No entanto, a resposta está no céu. Essas quatro criaturas são os símbolos dos quatro signos Fixos do zodíaco. A cruz formada por esses signos é precisamente aquela destacada pelo ciclo dos domicílios que começa em Aquário. O Tetramorfo não é, portanto, uma simples alegoria; é o marcador, o selo deixado pelos antigos para nos lembrar da importância desta cruz e do seu verdadeiro ponto de partida: Aquário, o verdadeiro Ano Novo.

Uma Revelação Incompleta: O Mistério que Permanece

O fenómeno astronómico exato que permitiu aos antigos detetar a importância deste momento preciso permanece, para nós, um mistério a ser explorado. A sua sacralização foi então o meio de inscrever esse conhecimento na tradição para transmiti-lo de geração em geração.