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A Reforma Gregoriana: O Ajuste do Tempo

O Desvio Imperceptível do Calendário Juliano

O calendário juliano, pela sua simplicidade, representou um grande avanço. No entanto, baseava-se numa aproximação: um ano solar duraria exatamente 365,25 dias. Sendo a duração real de cerca de 365,2422 dias, o calendário juliano era, na verdade, um pouco mais de 11 minutos mais longo por ano. Embora essa diferença pareça mínima, ela produziu um desvio considerável ao longo dos séculos.

No século XVI, essa defasagem acumulada atingia cerca de 10 dias. O equinócio da primavera, um pilar astronômico que deveria ocorrer por volta de 21 de março, passou a acontecer por volta de 11 de março no calendário. Esse desvio representava um grande problema teológico para a Igreja, pois a data da Páscoa, que depende do equinócio, afastava-se cada vez mais do evento celestial que deveria celebrar.

A Correção do Papa Gregório XIII

Diante desta evidência astronômica, o Papa Gregório XIII promulgou em 1582 uma reforma audaciosa para ressincronizar o tempo civil com o tempo solar. A correção foi feita em duas etapas:

Um Calendário Universal?

O calendário gregoriano, pela sua precisão, é hoje a norma civil internacional. No entanto, a sua adoção não foi instantânea nem universal. Os países católicos adotaram-no rapidamente, mas as nações protestantes e ortodoxas levaram séculos para o seguir, criando um período de confusão em que coexistiam vários sistemas de datação na Europa. É este calendário que dita o ritmo do nosso mundo moderno, uma construção humana sofisticada, mas que permanece, como os seus antecessores, uma tentativa de enquadrar o fluxo ininterrupto dos ciclos celestes.